Há algumas semanas, o Brasil se viu
sacodido com a explosão das manifestações nas ruas de todo o país. Há que tenha
se surpreendido com a insurreição das massas, mas para esses, Chasin já dizia “em
verdade, a História só surpreende aos que nada de História entendem”.
A verdade é que não foi uma
indignação que se formou da noite pro dia, mas que já vinha sendo gestada há
anos, indignação que teve o aumento das passagens em algumas cidades como a
gota d’água. A a movimentação se deu primeiramente por conta do MPL (Movimento
Passe Livre). Logo as manifestações receberam adesão de diversos setores da
sociedade, que estavam lá cobrando dos governantes soluções para todo o descaso
sofrido com respeito ao transporte, a saúde, a educação, a corrupção, a
violência policial.
As bandeiras de luta foram e são
tantas que muitas vezes a heterogeneidade do movimento se torna motivo de
preocupação. Tivemos um movimento que cresceu em número e indignação, mas que
não teve esse crescimento acompanhado por uma politização das massas.
É claro que havia também ali a
classe trabalhadora organizada, seja em partidos, centrais ou coletivos, com
pautas concretas, as quais eles defendem há alguns anos.
Mas quando se chama todo o povo para
as ruas, é todo o povo que vai às ruas e isso inclui as maiores vítimas de todo
o descaso acima e que acham que a solução é quebrar tudo, inclui uma população
desiludida com as bandeiras de esquerda e que confunde o apartidarismo do MPL
com antipartidarismo, inclui ainda um povo que, da noite pro dia, aderiu a um
nacionalismo vazio. “O gigante acordou”, diziam. De lá pra cá, assistimos a uma
guerra aos partidos, a infiltração de vândalos para descaracterizar o movimento
e até mesmo a infiltração de policiais para “desmobilizar a manifestação” de
dentro pra fora.
Bem ou mal, a essa altura o povo nas
ruas já crescia e isso não podia ser ignorado. Tanto que, no dia 24 de junho,
nossa presidente Dilma Rousseff teve de ir à tv e propôs um plebiscito sobre a
reforma política. Dilma também propôs alguns “pactos em favor do Brasil”, mas
pactos que teriam de ser aprovados pelo Congresso. Após essa pronunciação e a
reunião com alguns “líderes” do movimento, as manifestações diminuiram em
parte.
Enquanto no Congresso, a resistência
à reforma política é grande, há uma suspeita de que o gigante tenha voltado a
dormir. Talvez aquele gigante desnorteado, mas não os trabalhadores organizados.
E o último dia 11 (quinta-feira) foi definido pelas centrais sindicais - "além da CPS-Conlutas, a Força Sindical, CUT, CTB, UGT, NCST, CGTB, CSB - como um dia de greves, paralisações e manifestações de rua" - o Dia Nacional de Lutas.
As centrais sindicais possuem uma pauta definida, onde reivindicam a redução dos preços e a melhoria da qualidade dos transportes coletivos, mais investimentos na saúde e na educação pública, oposição à PL da terceirização, fim do fator previdenciário, aumento das aposentadorias, redução da jornada de trabalho, fim dos leilões das reservas de petróleo e a reforma agrária.
As centrais sindicais possuem uma pauta definida, onde reivindicam a redução dos preços e a melhoria da qualidade dos transportes coletivos, mais investimentos na saúde e na educação pública, oposição à PL da terceirização, fim do fator previdenciário, aumento das aposentadorias, redução da jornada de trabalho, fim dos leilões das reservas de petróleo e a reforma agrária.
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